Para falar sobre a Deusa da Primavera, primeiro é necessário falar sobre o princípio feminino, ou seja, o aspecto feminino de Deus, como cultuado nos primórdios 4.000 A.C. até a chegada do Cristianismo.
Nesta época, o ser humano era "refém" do ciclo da Natureza que era cultuada como a Mãe Natureza ou a Grande Mãe, divindade responsável pela criação, nutrição e sustento à vida. Aliás, esta é a atribuição materna, gera, amamenta, cuida até a maioridade de sua cria. Temos, como ilustrado na imagem acima, os três aspectos da Deusa (jovem, madura e idosa) correspondendo às fases da lua (nova, cheia e minguante). A energia feminina, é portanto, ligada à terra, à lua, e aos elementos terra e água.
Já por sua vez, o aspecto masculino de Deus era responsável pela proteção e ligado ao Sol e aos elementos fogo e ar.
A idéia de unidade, do todo, das energias afins já era conhecida. Este entendimento nunca se perdeu no mundo oriental mas, só agora, começa a ser (re)conhecido no mundo ocidental.
Como é de conhecimento de muitos, a energia feminina é também chamada Yin (receptiva) e a masculina, Yang (ativa) e não são antagônicas e sim complementares.
A luz, masculina e a sombra, feminina. Ambas necessárias à vida e uma não existe sem a outra.
A Primavera está ligada à energia do leste, da aurora, da lua nova. O chamado Equinócio da Primavera (22/10/2014) começa com o equilíbrio destas energias e o Sol vai ganhando força (aliás, a título de ilustração, equinócio e equilíbrio são sinônimos).
Época da renovação da Terra quando a Deusa é chamada de Donzela da Primavera e o Deus, é um jovem guerreiro. Momento de união e amor entre a Deusa Lua e o Deus Sol. Momento ideal para plantar nossos sonhos, cultivar nossas sementes, fortalecer as relações amorosas.
Na primavera do Hemisfério Norte, o Cristianismo comemora a Páscoa, onde o ovo representa esta energia de renascimento, semente, unidade, vida.
O mito desta Deusa, que representa o equilíbrio, naturalmente fala da luz e da sombra, da primavera e do submundo se chama:
PERSÉFONE
Filha de Zeus e Deméter, esta jovem Deusa grega, colhia flores, quando é vista por Hades, Deus do Mundo Subterrâneo, que se apaixona. Pede então, à seu irmão Zeus, sua mão em casamento ( que concede sem que Deméter saiba).
Para tal, Hades a rapta e usou a flor de jacinto para seduzi-la, atraindo-a ao local onde a terra se abriu, ele surgiu em sua carruagem dourada, puxada por cavalos imortais.
Perséfone foi levada ao Submundo e seus gritos só foram ouvidos pela Deusa Hécate.
Deméter, sua mãe, Deusa da colheita, da fertilidade e dos grãos, desolada, triste e lamentosa, perde sua luz dando lugar à ira, o que provoca a seca e o frio na Terra.
Finalmente Hécate conta o paradeiro de sua filha. Deméter vai até Zeus e pede para ele interceder para tê-la de volta.
Zeus, que tinha dado Perséfone como parte de um acordo, não consegue trazê-la de volta por tempo indeterminado, pois ela havia comido romã (fruta do mundo dos mortos), mas consegue novo acordo com seu retorno semestral. A Deusa não pode passar mais de seis meses no mundo dos vivos.
Perséfone volta à Terra trazendo com ela a Primavera/Verão (resultado do brilho de sua mãe), mas volta ao Submundo no período de Outono/Inverno (tristeza materna).
Ao dar entrada no Submundo se apaixona por Hades e se torna sua esposa, rainha e governante do submundo. Perséfone amadurece, ganha força e conhecimento.
É uma Deusa da vida, da morte e do renascimento. É regente tanto da luz quanto da sombra. Senhora da magia e dos conhecimentos ocultos, ela personifica a força intrínseca e profunda da mulher.
Próximo encontro falaremos sobre como juntar o "útero ao agradável"!
Linda estória... Nao conhecia... Amei! Bjos!!
ResponderExcluirA mitologia é cheia de contos, encantos, ensinamentos!
Excluirmt bacana, adorei!!!
ResponderExcluirTati, a mitologia muito nos ensina. Podemos observar a natureza e nos adaptarmos à luz e à sombra, como Perséfone. Sabendo que tudo faz parte integrante este plano divino.
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